terça-feira, 9 de julho de 2013

sobrecaminho


Antes eu podia fazer algo por minha cidade
Mas hoje não consigo fazer quase nada por mim
Eu caminho pela rua, louco
O suor escorre, mas isso é pouco, eu acho e afinal...
Quem pode se declarar vencedor de um jogo invisível?
Diante do tempo eu largo essa minha inquietude
que sempre descansa a respiração de um mesmo fim
Sonho o que não sou
A dor dissolve a paz e vira nó entre a libertação e o caos
Mas quem tem direito de impedir se é vida desprezível?
A moça se vende por não saber falar
O pai se sente preso no leito do próprio ar
Um esconde a mão e ergue a outra pra apontar
O mundo revela-se imundo à nossa imensa fábrica
e não há, em si, meu bem, como parar



Deibe Viana

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Arthur Schopenhauer

"A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida, e se desenvolve para suaviza-la"